sábado, 11 de fevereiro de 2017

Uma noite que valeu por uma década

Quem tem filhos sabe, não há nada que mexa mais com o emocional da gente, do que filho doente.
Ester domingo estava bem, de repente, vomitou, nada mais apresentou, somente este sintoma.
Segunda-feira, evacuou quatro vezes pela manhã. À tarde, nariz escorreu.
E assim caminhou com sintomas de gripe, muita secreção e uma tosse que atrapalhava o sono e a alimentação. Tentando evitar um hospital cheio, procurei o pediatra, mas consulta, apenas para semana seguinte...Muito tempo para esperarmos...No terceiro dia, à noite, ela ficou com aspecto bem caidinho, bem cheia de secreção...O pai chegou, à noite, e quis levá-la para que algum médico a visse.
Apesar de ser mãe de 2ª viagem, minha experiência com doenças é mínima. Na primeira vez que a mais velha foi a um hospital, a pequena já era nascida e, nessa ocasião, lembro do hospital da Unimed lotado, com pessoas esperando até do lado de fora, cerca de 40 ou 50 crianças.
Lembrei-me, então, de uma amiga haver relatado uma experiência com uma UPA, quando teve problema com o Plano de Saúde, como fica bem próximo à minha casa, resolvemos arriscar, e ver como seria o atendimento.
Chegamos lá, uma recepcionista muito educada nos atendeu, bastante simpática mesmo, um ótimo cartão de visitas, mas informou que ou entrava o pai ou a mãe, ficamos nos dividindo, mas quem ficava fora, ficava ali, meio que exposto na rua.
Chegamos em torno de 18:30, nos disseram que havia apenas uma criança na frente, então, ótimo, havíamos feito a escolha certa. Em torno de 19:00, avisaram que aconteceria a troca no plantão, e que precisaríamos aguardar uma das médicas chegar. 19:40 NADA! Meu marido queria ir embora, mas o segurança disse que ela, a médica, estava perto de chegar. Eu queria que aquele esforço até o momento fosse em vão. Às 20:00 a médica chegou, e enfim a nossa vez. Uma médica jovem, pediatra, que examinou, mas nem OLHOU DE VERDADE para a criança, no sentido de realizar alguma mínima interação com ela. Perguntou que remédios ela tomava, eu relatei que nenhum, ela com um tom questionador: "Ela não toma remédio?" E eu pensando: "nossa, a menina tem apenas 9 meses, já deveria obrigatoriamente ter episódios recorrentes de doença?" A enfermeira, entrou repassou os casos à médica na minha presença, inclusive, o de uma criança colocando lombrigas para fora, por todos os lugares, inclusive um estava enganchada, a dra mandou puxar. EU precisava mesmo ouvir isso? 
Examinou minha filha, preencheu o prontuário e me mandou para a sala de medicação, nenhuma explicação a mais. Perguntei sobre a ausculta, ela disse “limpa”, perguntei pela garganta, “está bem” e me mandou para a sala da medicação fazer aerossol. 
Fui, cheguei em uma sala cheia de mães, quase todas adolescentes, algumas haviam sido minhas alunas na escola pública. Meu Deus, aquelas crianças brincando de bonecas, eu eu aconselhando, porque muitas não tinham noção mesmo, uma dava “Nissim”, e achava que o que fazia mal era somente o tempero. E eu lá pensando que nós, educadores, precisamos agir efetivamente no trabalho de prevenção à gravidez na adolescência, elas relatando largarem a escola após o nascimento dos bebês e a falta de perspectiva de retorno. 
Entra mais uma adolescente com um rapaz, a enfermeira de repente, fala alto que eram proibidas carícias naquele ambiente, “Ela é sua mulher, mas está na pediatria, aqui vai ser tratada como criança”. E eu pensando, daqui um tempo esta mesma criança estará aqui, com outra nos braços. Fiquei alguns momentos pensando, e voltei à minha realidade própria: “Vou embora? Mas já estou aqui, e se eu voltar para casa e ela piorar? Já trouxe a um ambiente contaminado, levar a outro?” Em meio a esses pensamentos, a enfermeira me chama, coloca uma cadeira e me manda sentar, vem com uma seringa e uma sonda, de novo EU PERGUNTO, o que era, ela simpaticamente, responde que era uma aspiração nasal. Termina o procedimento, pediu que outra mãe levantasse para que eu sentasse com a criança, aplica o aerossol, minha filha grita, chora, uma das jovens mães vem com o filho e fica o tempo inteiro da inalação segurando a máscara para mim, solidariedade entre todas aquelas mães, tão diferentes e tão iguais. (E eu que em casa, não deixo uma irmã usar a máscara da outra. ). Enfim termina, eu me levanto, meu celular descarregado, e eu pensando em como meu marido estaria do lado de fora: preocupado? Em segurança?. A enfermeira me manda sentar, vai tomar outro após 20 minutos. E eu pensando, “mas o pulmão está limpo, eu tenho o aparelho em casa, fico ou vou embora?” Pergunto a enfermeira, “mas esse soro que ela está inalando....”Ela diz: “É berotec”, e eu lembro que li em algum lugar que causa aceleramento cardíaco....Levanto para ir embora. A auxiliar diz: “Não, senhora, ela vai tomar mais um, e vai fazer um raio-x do pulmão”. Como assim? Está ou não está tudo bem? Lá vamos à 3ª sessão de Berotec, e eu intimamente: “Berotec, berotec, será que pode mesmo? OU é uma saída mediante à falta de medicação, informada pela enfermeira, lamentada pela médica várias vezes???”
A bebê, muito irritada, cansada, já passava de 22 horas, ela habitualmente dorme às 18h, não conseguia dormir em meio ao choro das outras crianças, chorou tanto, que eu desisti de dar a 3ª dose. E assim me encaminharam para Raio-x, fui, mandaram bater à porta e entrar, havia uma senhora deitada, fazendo exame, esperei, o rapaz muito gentil me ajudou a posicionar a bebê, e eu fiquei pensando: “não há nenhum tipo de proteção? Ninguém vai perguntar se estou grávida, sei lá, não sou da área, não entendo...”
Novamente me encaminham para voltar à sala da medicação, esperar, esperar...Depois de um tempo, a dra me chama, diz que a bebê está com um aspecto melhor, e que não tinha pneumonia na imagem, e de novo vem à minha mente, mas o pulmão não estava limpo? Prescreve vários remédios, não me disse para que eram, não me disse o que ela tinha...Virose? Bronquite? Àquela altura eu só queria ir embora, com milhões de pensamentos na cabeça, havia feito bobagem? Havia exposto mais ainda a criança desnecessariamente? 
E sobretudo, pensando em quanto o servidor público precisa melhorar, eu não precisa ouvir que não tinha medicamentos, isso me deixava tão insegura... 
Enfim, o meu lado superintendente, vendo que muitas melhorias poderiam vir das PESSOAS, de um atendimento humanizado, ali fui tratada igualmente a todos, justíssimo! Pena que o tratamento isonômico, neste caso, significava que, se são pessoas humildes, não entendem, não merecem informação, não precisam de explicação...Eu não fui maltradada, muito menos a minha filha, eu não fui acolhida, não orientada, não fui vista, eu não sabia quanto tempo ficaria, o que aconteceria e saí sem muito saber. Vivi uma experiência singular, sinto como se houvesse me transportado a um novo mundo...
Fiquei pensando nos meus outros alunos, os que vejo notícias de que estão na área da saúde, fiquei torcendo para que eles vejam os pacientes, assim como eu me esforçava para vê-los.
Saí decidida a ser uma servidora pública ainda melhor, que precisa dar o máximo de atenção, acolher, que não pode despejar, no usuário, a falta do papel, do computador, que precisa deixar aquele a quem atende o mais seguro possível...Eu tenho que me tornar uma servidora melhor. Eu preciso exercer a cada dia a empatia, eu preciso informar ao meu “cliente” da maneira que ele seja capaz de entender, eu não devo me calar porque suponho que ele não vai entender.
Enfim, eu saí certa de que não posso mudar o mundo, não posso mudar o outro, mas posso encontrar muitos motivos para ser uma profissional ainda melhor, e torcer, torcer muito, para encontrar em meu caminho, seres HUMANOS, que também pensem assim.

9 meses

9 meses





Amo cantar parabéns!

E fazer 1 aninho com o dedo

Quando papai chega do trabalho, a "organização" é assim!
Acorda de madrugada rindo!


Fotografada pela mana apaixonada

Mesmo dodói, não perde o sorriso. Apaixonada pelo pai.Não quer mais ninguém, quando ele está perto.

        O tempo passa e, ao contrário de meu desejo, parece fazê-lo em velocidade máxima!!! O equivalente a mais uma gestação passou, daria para outro bebê ter nascido, e nasceu! A Maria Eduarda da amiga Adriana, e a Yamin, neta da Dinda Quélzia, em breve, teremos as três pimpolhas nos parquinhos por aí, se Deus quiser.
            É muito gostoso ter um bebê em cada, aquele cheirinho, aqueles momentos do leitinho na cadeira, cheirando a cabecinha dela. Apesear de todo o esgotamento físico, as nossas noites continuam longas, e com duas filhas, elas se alternam, se Ester acordar 3 x para comer, por exemplo 22:30, 2:00 da madruga e às 5 da manhã para leite, mais uma à procura de uma chupeta perdida, e Marie apenas uma, para banheiro ou pesadelo, eu já teria levantado 5 vezes. E olhe que estou dando exemplo de uma noite tranquila, com as crianças saudáveis.
            E por falar em saúde, estamos em um período chuvoso no Ceará, o que aqui vem acompanhado de muitas doenças, viroses, gripes, estamos há 20 dias nos alternando em casa: Ester/Marie/Ester/Marie/Eu/Marido/ Ester...Dentre disenterias, naúseas, vômitos e gripes. Nossa, isso sim é tempo difícil, o resto é resto. Outra complicação de se ter duas crianças: uma adoece, contamina a outra e ficamos neste ciclo vicioso. Quanto à Ester, posso também atribuir à baixa imunidade, em razão do rompimento do dentinho, ela tem penado mesmo, gengiva ultra vermelha e irritada, mas o 1o dentinho, finalmente apontou.
               Tive que mudar um pouco a estrutura da casa, "acabei" a sala de jantar, a encontei num cantinho, e em seu lugar montei o tapete de EVA, o desenvolvimento dela estava comprometido pela falta de espaço. kkk Mas ela engatinha, porém, de fato, não gosta, quer ficar em pé, já arrisca dar um passo e caí, neste momento se convence de que precisa mesmo engatinhar. Neste processo, levou a primeira pancada na testa, e coincidiu, infelizmente, com o dia em que vomitou, só para deixar a mãe cheia de grilos, mas não foi associado à pancada, foi uma infeliz coincidência. Como eu já tinha feito a besteira de levá-la a uma emergência sem necessidade, na gripe anterior, voltei à normalidade e à compreensão de que emergência é REALMENTE para casos drásticos, O resto, aguarda a consulta do pediatra. Fiz um relato sobre a nossa busca desastrosa à emergência, e vou colocar em outro post, ficou ENORME.
           Ela manda o beijo dá vovó, diz um lindo bom dia!
           Super esperta, não se engana fácil com objetos escondidos. Vai em busca do que quer até encontrar, linda, alegre, mas com uma personalidade fortíssima, Marie já vem levando uns tapinhas, eu e Marie somos grudentas, vivemos nos abraçando, Ester não gosta, se incomoda e se defende.
       Independente, só dorme em seu cantinho, adormece sozinha, mas muito comilona, janta sua pratada, mas só dorme após o leite, como dorme cedo, entre 18h e 19h, acorda mais umas duas vezes para tomar leite. Mas cada segundo de privação de sono vale completamente à pena.