quinta-feira, 25 de abril de 2024

Os oito aninhos de Ester

 


A pressão por festinha foi ENORMEEEEEEEEEEEE!

Recebi mensagens e áudios das amigas, perguntando o local da festa, quando eu ainda nem tinha pensado em fazer evento. Claro que 'querer", queria, mas, devido ao contexto da separação, ainda recente, senti-me insegura.

Confesso que depois até me senti um pouco mal, em razão de não ter feito algo mais elaborado, em buffet mesmo, acho que os oito anos marcam de forma mais forte uma etapa da infância, ainda "MAIS INFÂNCIA" entende?

De toda forma, resolvi fazer algo aqui mesmo, onde estamos morando, no nosso APERtamento, kkkk. Queria ensinar para elas que é possível tirar proveito do simples, e aproveitar o que se tem. Elas queria fazer no condomínio, na casa ou no salão de festas, mas acreditei que fosse a oportunidade de ensiná-las a fazer "do limão uma limonada", além do que, esse limão nem estava tão azedo assim. Aproveitei, também, para fazê-las criarem memórias afetivas do novo espaço.



 

Enfim, não gastei muito, mas também não gastei pouco, penso que poderia ter administrado melhor, mas, no cenário atual, foi o que consegui. Vieram as  amiguinhas da escola, e as mocinhas amigas da Marie. Sei que ela estava na expectativa de ganhar muitos presentes, o que não aconteceu, mas lá estávamos nós diante de mais uma oportunidade de um novo aprendizado: evidenciar momentos e não "instrumentos".

Ela lamentou a vovó não ter vindo, por estar meio adoentada, e o papai também, eu até mandei o convite, mas creio que ele não tenha se sentido à vontade. Temos que respeitar e entender. Assim que acabou a festinha, mandei as duas para ficarem com ele até a hora de dormirmos. Assim, creio que ela tenha tido um dia feliz.

Este, como sempre, muito esperta, sensível, preocupada com os outros, há dois dias teve uma crise de choro devido à separação, me pediu para voltar para o pai, acolhi o choro, expliquei o que podia explicar, mas foi bom ela extravasar o sentimento, represado há quase 1 ano... Penso que deve ter havido algo, algum fator motivador, alguma análise de como ela poderia ajudar a melhorar a vida de todos, ou algum impacto da convivência com novos entes de um novo agrupamento familiar.

Ontem também vivenciamos uma experiência incrível, nossa vovó Maria faleceu, com seus 104 anos incompletos.... Achei lindo as meninas quererem ir, quiseram se despedir, eram as únicas crianças lá, foi um aprendizado para elas, participaram da missa de corpo presente, depois fomos ao enterro, conheceram o cemitério, fizeram cálculos matemáticos calculando a idade das pessoas sepultadas, analisaram o período histórico em que alguns túmulos apresentaram, homenagearam a avó do coração, fizeram orações e viveram a vida real. Sei que muitas pessoas acham errado, mas sei que foi certo e acertado, desejo delas, naturalidade delas, as vezes tanto se protege, que muito se expõe... Apesar da tristeza do dia, foi um momento feliz, de muito aprendizado e crescimento, ali elas se tornavam mais resilientes.